Por que seu filho não te obedece? Tudo começou com uma simples meia…
Era só uma meia.
Mas virou o show do século.
Uma birra fenomenal, digna de Oscar. Cena forte, argumento consistente, drama intenso.
E o mais engraçado?
Ela é a minha cara.
Porque eu também fui uma criança desafiadora — e, confesso, ainda sou um pouco.
No meio do caos, dos ânimos elevados e das lágrimas acumuladas nos olhos dela e na minha paciência, me vi ali…
Discutindo com uma criança de cinco anos sobre o motivo cósmico do porquê ela tinha que colocar o raio da meia.
E me perguntei:
O que estou fazendo?
Quem é a mãe aqui?
Minha filha é um doce, vamos deixar claro.
Mas até as crianças mais doces têm vontade própria — e tudo bem.
O problema é quando a gente, na ânsia de ser acolhedora, paciente, “moderna” até, vira refém de uma lógica que não faz sentido.
E aí entra o meu erro:
Passei a ser explicadora das ordens.
Uma simples frase como “vai colocar sua meia” virou um debate nível “Quem matou Odete Roitman?” ou “Quem deve ser o próximo técnico da seleção brasileira?”.
Porque claro, a minha filha tem cinco anos.
Mas os argumentos dela são mais sólidos do que muito adulto por aí.
Só que…
Ela não é um adulto.
Ela é uma criança.
E precisa de direção. De base. De alguém que diga com firmeza e amor: “Agora é hora disso. Depois é aquilo.”
Foi aí que eu voltei à base.
Voltei aos estudos, às leituras que fiz ainda grávida.
Aos ensinamentos da Supernanny, da psicologia do desenvolvimento, e principalmente: à lógica da vida real.
E essa lógica diz:
Primeiro: acolha os sentimentos.
Segundo: mande sim. Imponha sim.
Porque no fim do dia, adivinha só quem carrega as consequências?
Não quis passar protetor solar?
Sou eu quem vela a insolação.Ficou descalça na rua até tarde, na chuva?
Sou eu quem segura o termômetro e os lenços.Machucou o pé porque não quis usar a bendita meia?
Sou eu quem carrega a criança no colo porque ela não consegue andar de dor.
Essa conversa sobre obediência não é sobre autoritarismo.
É sobre responsabilidade.
Ser mãe é estar à frente.
É enxergar o que eles ainda não veem.
É proteger.
É guiar.
E sim, é dizer “não” sem culpa.
Porque criança precisa de direção para se sentir segura.
E no fundo, quando você assume esse papel com amor e firmeza, seu filho entende que pode confiar em você — mesmo que ele chore na hora de colocar a meia.